quarta-feira, 9 de julho de 2014

Alma


CONTATO

Não seja gentil
Porque eu sou cruel
Não seja doce
Porque eu sou fel

E não me olhe nos olhos
Porque virarei as costas
Em mim fervilham perguntas
Em você repousam respostas

Sim, eu te peço para ficar
Porque sei que irei embora
Aquilo que me fascina, me eleva, me devora

E sobre amar
Fantasio saber, mas ignoro
minha fantasia é negra
meu balé é solo.

TEATRO MÁGICO
Estavam no ar, na terra e no mar.
Como pássaros de grandes asas, homens de grandes cérebros e peixes de grande beleza.
Em mutações constantes desrespeitaram o limite entre o dia e a noite.
E como se não bastasse, romperam os limites entre os três ambientes naturais da vida.
Mantiveram suas asas para atravessar a noite e se misturar aos homens.
No mar, causaram as tempestades e criaram as sereias.
Longe do sol, amaram a lua, e dela aprenderam a poesia.
Na rapidez da fuga aprenderam a dança.
No caráter do homem, com suas tão diferentes expressões tornaram-se mascarados e ilusórios.
«A realidade das coisas, não é a prova de que elas existem, mas de que você encontrou o lugar onde elas estão.»

Bem vindo ao Teatro Mágico dos Vampiros Poetas
Onde estão somente os RAROS!
21-06-2005

Querido Richard
Aqui repouso após meu primeiro voo
Para compartilhar o ar da glória e a dor da alma.
Minhas asas cresceram Richard
Visíveis para todos os mortais.
Foi divino e terrível Richard
Porque estive entre eles toda essa vida
E quando eu chorei Richard,
Minhas lágrimas desceram a terra
Mas meus olhos buscaram o céu.
Durante anos rastejei Richard
Sob frios olhares rastejei
E quando me contorci em escuridão
Ninguém me hospedou
Adoeci Richard
Mergulhei em dor e trevas de solidão
Escondi-me Richard longe de tudo
Mas amanheceu e eu vi o sol
Vi as asas de um grande anjo
Na infinita parede de tábuas
Eu vi a luz!
Então minhas asas rasgaram a pele
Cresceram em alívio
Alívio de alma e coração.
E eu voei Richard
Lancei-me além dos rochedos
Em direção ao mar
E o mundo abriu-se em luz e ondas
E fantásticos sons
Que anunciando uma nova vida
Levaram-me mais e mais alto.

Minha ingenuidade me fez pousar
E caminhei de novo entre os homens
Foi grande o martírio
E intensas as dores
Julgaram-me um monstro
Desejaram-me a morte
E nada quiseram ouvir de mim.
Banido
Como antes
Vivo
Como nunca
Em voo
Para sempre!

Setembro