terça-feira, 12 de agosto de 2014

IRREGULLAR



IRREGULLAR



O que é isso José?

José de Ribamar!

De Ribamar Ferreira!

Ferreira Gullar!



Um Pouco Acima do Chão

São Luiz do Maranhão

Cretino e Neoconcreto

Teatro de Opinião



Uma Luz do Chão

Setenta e duas horas de interrogação

O que é isso José?

Esse Poema Sujo a jorrar do seu coração!



Boa viagem José

José de Ribamar

De Ribamar Ferreira

Exilado Gullar



Na Vertigem do Dia

Ou Dentro da Noite Veloz

Jorrai torrente poesia

E afogai a todos nós!



Porque tenho da poesia a fome

Fome estranha que não sacia

Fome ferrenha, fome vulgar

Fome Ferreira, fome Gullar



Eis a dor e a tortura

A muda injustiça que me consome

Se correr o bicho pega

Se ficar o bicho come



Além dos limites do mercado

Do preço da farinha e da vergonha

Barulho

Muitas Vozes

Ser poeta é coisa medonha!



A Luta Corporal

O Vil Metal

O santo morto pelo homem mau

Os soldados armados de paz

Amados demais

Que Por Você e Por Mim

É claro, não existem mais!



Ser poeta é coisa medonha

Ofício de mortos

Que pela morte se vive

E pela vida se sonha


Sonho sonho

A sonhada

Poesia

contra o muro

duro

ameno ameno

menos que duro

menos que ameno e duro menos que sonho e escuro

escuro

mais que escuro

claro:

como alma? como poesia? claro mais que claro: coisa alguma

E tudo

Sonho ( ou quase)

Que o meu verso fabrica e vem

Sonhando desde as entranhas

Sonho

Era fato

Sonho

Era o ralo

Sonho

Um sonho raro

Sonho

Mo nos si lá bi cu.


CAMPOS, Hyeda de Miranda
21:32:22
sexta-feira, 8 de agosto de 2014