segunda-feira, 11 de março de 2019

Aguiar



Aguiar

E lá vem o destemido jovem
Cavalgando:
Afrânio Justiniano

Quando Guanhães os rejeitou...
Sabinópolis os recebeu!!!
E quem sabe o que quer da vida
Sabe a direção do vento
Faz o caminho da tropa!

Tropeiro
Senhor da tropa
Desbravador!

Pelo caminho de pedras
Uma flor
Violeta
Amor!

Violeta não esteve na janela
A enfeitar, a sonhar sonhos de menina.
Violeta floresceu rapidamente
Mudou de terra sem perder as raízes
De um antepassado histórico negro e índio!
Agora se misturando a uma raça branca e imponente.
Resultado: GENTE!

Transportados para a nova terra
´idice e jadir
Esperando a chegada de Valdir.
Aldo
Ruth
Neuza
Dinorah
Albina
Carlita
Élcio
Hilma
Cácio
Graciola
Leda

E como num conto de fadas
Na terra encantada
Na fazenda Vista Alegre
Viveram e se alegraram por muitos anos!

Cresceram e se multiplicaram.
E aqui estamos nós: PRiMOS!
Forte é o elo que nos une!
As lembranças que nos apertam os nós e enchem os olhos de água!

E a fazenda Vista Alegre se alegra em nós
Revive
Floresce
Traz flor, Violeta, nossa flor!
De mãos para traz, e arrastando a conga azul clara.
Seus óculos de lentes grossas que tudo viam
Desde o bicho de pé retirado com o punhal
Até a medida da farinha cozida no copo de alumínio.
Flor que para todos os males tinha um remédio
Uma simpatia,
Homeopatia, quem diria!
Ah vovó doutora
Sarai-nos todos os dias!

Afrânio homem de negócios
Que tirou da terra o sustento para tantos
E ensinou a todos: honestidade e trabalho.
Que Deus o tenha com seu humor
Seu amor, vovô, é de tirar o chapéu.
Sua força e seu carinho estão  em todos nós
Até o reencontro no céu!

Mas este não é um poema para nos fazer chorar
Recordações são preciosas
Felizes
E só vou prosseguir se cada um sorrir:

Atire a primeira pedra
Quem nunca caiu do balanço no pé de jatobá.
Quem nunca trapaceou na divisão da jaca
Quem nunca pegou piolho de galinha no pé de ameixa???
Nunca passou aperto na porta da casinha
Que parecia longe demais para a pressa com que vinha a necessidade...
Quem não se lembra do balaio de sabugo...
Das lamparinas? Que deixavam negros pavios no nariz...
Quem nunca correu do louro?
Ou do estalar do chicote que era para os gatos?
Quem nunca subiu no caixote de rapadura, se achando grande?
Quão curioso era o quarto da Tia Lica... só dela!
Quem não roubou biscoito de goma da tia Bininha?
Riu com ela o dia todo e morreu de medo do ronco dela a noite?
Quem?
Quem não petiscou massa de queijo na banca e nem comeu sal grosso, escondidinho?
Quem nunca teve medo dos casos de assombração na fogueira?
E quem nunca dançou ao som da radiola de pilha
Com um só compacto para toda a noite?

Ser feliz é isso!
É ter uma raiz profunda
Uma estrutura forte
E frutos perfeitos!
Somos todos de mesma raiz!
O povo que a beleza não esqueceu!
Sim!!! Quando alguém é belo, logo se vê: é Aguiar!!!
O povo de Afrânio é um povo lindo!
É um povo que ama e é feliz.

Uma beleza que envolve histórias diversas.
Uma beleza que inspira a poesia mais doce e sincera
Uma beleza além da visão.
Essa beleza que nos dá asas,
Que nos seduz
Que nos encanta!
Mais que um mistério, é para nós um brasão.
É tesouro
É orgulho:
PAVÃO!

Seu majestoso grito
Seu azul real tão bonito!
Seu leque aberto era a grande atração!
E hoje, não pode ser diferente.
Parte de nós
Da realeza masculina
Da sedução
Do orgulho da raça
Da beleza infinita e misteriosa

Do nosso PAVÃO!