sábado, 18 de abril de 2015

Carta de amor

Este é um poema ao passado
Que depois de lido será apagado
Por tê-lo vivido
Ou tê-lo sonhado.

Becos de pouca luz e muitas vozes
Música boêmia na calçada de pedra
Arbustos e janelas
Amantes e donzelas

Na porta as rosas deixadas
De outros jardins roubadas
Repetem diante do dia
Os sonhos da madrugada

O poeta ama as estrelas
Sai ao encontro da noite a se inspirar
Domina o encanto das sereias
Sem conhecer o mar

O poeta ama a lua
Teme São Jorge e o Dragão
Louco a vagar pelas ruas
Poesia não é profissão!

Sua poesia faz lembrar a praça
A lua cheia, o chafariz
A  moeda para a fonte dos desejos
Desejo único de ser feliz!

A ampulheta na escrivaninha
Esculpindo em sua areia
Os castelos de sonhos do passado

A rosa ressecada marcando o álbum de fotografia
Um dia escondida sob o travesseiro
Com suspiros de melancolia

Todo o passado em luar e notas musicais
Toda uma vida de emoções e poesia
Todos os sonhos aqui relembrados
Nessa carta de amor a luz do dia!


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