COLHEITA
Chegada
a hora
Por
mais lindos que sejam os frutos
Colhe-se
a árvore
E
com ela as raízes mais profundas da dor.
Essa
parte que parte é quase um todo
É
o amor
É
o tempo, a infância, o saber
Essa
parte é o orgulho, a alegria, o bem viver
E
que bom tê-lo vivido!
Que
bom viver o amor!
Porque
se revira brutalmente a terra
E
fere profundamente as raízes
E
vem o sangue e as lágrimas
Dores
que antecedem as cicatrizes.
Como
dói a colheita no fundo da alma
No
peito apertado
No
nó na garganta
No
abraço molhado
Dói
ainda
O
canto de reza e os rituais
Que
como o amor
Não
se apagarão jamais
Dói
o vento, o sol, as flores,
O
tic-tac do relógio, a vela,
O
sino da igreja
O
sal dos olhos
Como
dói!
E
o AMOR MAIOR não requer entendimento
E
a despedida não cabe questões.
Olhar
pra cima às vezes nos mostra
Diferentes
caminhos e direções
E
o que vem depois da colheita
Outro
terreno, outro plano ou dimensão
E
somos tão pequenos
Órfãos
Irmãos!
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