RETRATO
MINEIRO
Minas
de montanhas
Sol
clareando o céu de anil
Em
Minas, Jequitinhonha.
Pedacinho
do Brasil.
No
Jequi, o meu Rio.
De falar, eu
arrepio!
Contornado
de verde e amarelo
É bem
Vermelho o meu Rio.
O meu povo
tem seu jeito
Toda a
“matutagem” de gente faceira
Povo de
trabalho e respeito
De moda de
viola e lua cheia.
Povo que
planta e colhe
De fé na
vida que os consome
Povo do
folclore
De saci e
lobisomem.
Povo das
artes, dos artesanatos.
Cantiga de
roda e moça na janela
“Causos”
maiores que fatos
E a vida
muito mais bela!
Povo de
linguagem simples
Que fala
“uai” e “trem”
Os donos do
queijo
E da arte de
viver bem!
A
tranquilidade e a alegria
Da chuva que
não cai
Nem de
noite, nem de dia.
No curso do
Rio se vai.
Vai levando
a vida
E a lata
d’água na cabeça
Sorrindo o
riso banguela
Para que o
mal desapareça.
Vai rezar o
que aprendeu
Sentir
saudade do mato verde
Relembrar o
que sofreu
E contar os
filhos que teve.
Lendas,
contos e “causos”
De uma
cultura imortal
Que
sobrevive ao descaso
No banquinho
de quintal
Essa gente
vale ouro
Pedra que
não precisa lapidar
Sua cultura
é um tesouro
Sem ter
guardas pra cuidar
Passa como
delicia
No fogão de
lenha
Na cantiga
de ninar
Passa na
raça, no sangue.
Na vontade
de lutar
No papel de
letras tortas
Que alguém
vai encontrar
Sobrevivendo
o retrato mineiro
De traços
que o tempo não pode apagar.
Corre nas
veias do meu Rio Vermelho
Uma enchente
de histórias pra contar
Essa gente
valorosa
Que o medo
nunca viu
Gente
mineira do Jequi
Pedacinho do
Brasil!
Escrito há uns 20 anos atrás. Não chegou aos Festivales nem a lugar algum. Hoje resgatado, publicado no blog, batendo asas!!!
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