segunda-feira, 5 de novembro de 2018

RETRATO MiNEiRO


RETRATO MINEIRO

Minas de montanhas
Sol clareando o céu de anil
Em Minas, Jequitinhonha.
Pedacinho do Brasil.

No Jequi, o meu Rio.
De falar, eu arrepio!
Contornado de verde e amarelo
É bem Vermelho o meu Rio.

O meu povo tem seu jeito
Toda a “matutagem” de gente faceira
Povo de trabalho e respeito
De moda de viola e lua cheia.

Povo que planta e colhe
De fé na vida que os consome
Povo do folclore
De saci e lobisomem.

Povo das artes, dos artesanatos.
Cantiga de roda e moça na janela
“Causos” maiores que fatos
E a vida muito mais bela!

Povo de linguagem simples
Que fala “uai” e “trem”
Os donos do queijo
E da arte de viver bem!

A tranquilidade e a alegria
Da chuva que não cai
Nem de noite, nem de dia.
No curso do Rio se vai.

Vai levando a vida
E a lata d’água na cabeça
Sorrindo o riso banguela
Para que o mal desapareça.

Vai rezar o que aprendeu
Sentir saudade do mato verde
Relembrar o que sofreu
E contar os filhos que teve.

Lendas, contos e “causos”
De uma cultura imortal
Que sobrevive ao descaso
No banquinho de quintal

Essa gente vale ouro
Pedra que não precisa lapidar
Sua cultura é um tesouro
Sem ter guardas pra cuidar

Passa como delicia
No fogão de lenha
Na cantiga de ninar
Passa na raça, no sangue.
Na vontade de lutar

No papel de letras tortas
Que alguém vai encontrar
Sobrevivendo o retrato mineiro
De traços que o tempo não pode apagar.

Corre nas veias do meu Rio Vermelho
Uma enchente de histórias pra contar

Essa gente valorosa
Que o medo nunca viu
Gente mineira do Jequi
Pedacinho do Brasil!







Um comentário:

  1. Escrito há uns 20 anos atrás. Não chegou aos Festivales nem a lugar algum. Hoje resgatado, publicado no blog, batendo asas!!!

    ResponderExcluir