Antes da Primavera
Sou disforme
Com raízes, galhos,
Ramos, folhas
E ervas daninhas.
Mais internas que externas ...
E não vejo sementes!
Minhas raízes atravessam pedras
E não conduzem seiva
Aos galhos tortos
Nem longos, nem curtos.
Ramos são o melhor de mim!
Têm um alegre descompromisso
Uma liberdade dançante
E se alimentam de vento!
Vento que leva em voo as folhas
Secas, amassadas
Ou cheias de poesia.
É a erva daninha o desejo
E o vento que canta seu par.
Ela que não voa , me sufoca
E ele não pode parar!
Ela se alastra rapidamente
Sabendo que ele não voltará
Se lança à todos os ventos
Não sabe ir e nem ficar...
De dia em direção ao sol
A noite exposta ao luar
Não sente as estações
É inocente ao me matar.
É viçosa e fértil
Sempre disposta a se entregar
Quando podada se revigora
Resiste, persiste em brotar!
E eu queria a Primavera
Que me cobrisse de flores
Coloridas e perfumadas
Que fossem colhidas pelos amantes
Entregues aos beijos às suas amadas...
Flores que depois da serenata
Fossem deixadas nas calçadas
Maior parte de mim é erva
Sem saber que me incomoda
Para ensinar-me talvez
Que antes da Primavera vem a poda!
21-03-2022
DIA MUNDIAL DA POESIA
Uau! Que maravilha!
ResponderExcluirObrigada Mari!
ExcluirQuanto talento!!!
ResponderExcluirJuro que pude sentir o vento balançar os meus galhos.
Obrigada Thais! Que os ventos continuem soprando e nos permitam fortes emoções
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