IN formação
João não
brincou de roda
Na roda da
vida foi grande a perda
Não jogou os
jogos da infância
Perdeu a
dança
A recompensa
A sentença.
O ser
informado
Ainda em
formação
Disforme
Uniforme
Que se forme
um homem
Que se
quebre a fôrma
Que se crie
a forma
Que se
reforme
Que se crie
um homem
Que renasça
e ame
Que cresça e
reclame
Que tenha
voz
Que rogue
por nós!
Para que na
ciranda não se perca
O pouco de
vida que ainda resta
Depois do
vinho e da veia
Acreditai
ainda na festa.
Depois de
tudo o que sonhamos
Quando
pequenos, deixamos
Quando
adultos, abominamos
Quando
sofridos, clamamos
Depois de
ido o tempo de viver...
O que ser?
Ignoramos.
O giro da
alma sem calma, sem cama
O castelo
encantado, o fado, a lama
A dimensão
do erro, o berro, a chama!
Quando o maior
dos medos era o bicho papão
E todo o
realismo era a própria ilusão
Quando a
roda ainda era viva
E a vida era
uma canção
Saber
cantar, brincar de roda,
Onde uma mão
encontrava outra mão.
Lá vai
Maria, procurar João
Esconderijos
de infância, tolos e previsíveis
Como
atitudes adultas, justificáveis ou incabíveis
Se esconder
para ser encontrado
Contar um,
dois, três... Até um milhão!
Até um dia
Até, João!
Um dia
brincar, outro não!