quarta-feira, 29 de outubro de 2014

IN formação

 IN formação

João não brincou de roda
Na roda da vida foi grande a perda
Não jogou os jogos da infância
Perdeu a dança
A recompensa
A sentença.

O ser informado
Ainda em formação
Disforme
Uniforme
Que se forme um homem
Que se quebre a fôrma
Que se crie a forma
Que se reforme
Que se crie um homem
Que renasça e ame
Que cresça e reclame
Que tenha voz
Que rogue por nós!

Para que na ciranda não se perca
O pouco de vida que ainda resta
Depois do vinho e da veia
Acreditai ainda na festa.

Depois de tudo o que sonhamos
Quando pequenos, deixamos
Quando adultos, abominamos
Quando sofridos, clamamos
Depois de ido o tempo de viver...
O que ser?
 Ignoramos.

O giro da alma sem calma, sem cama
O castelo encantado, o fado, a lama
A dimensão do erro, o berro, a chama!

Quando o maior dos medos era o bicho papão
E todo o realismo era a própria ilusão
Quando a roda ainda era viva
E a vida era uma canção
Saber cantar, brincar de roda,
Onde uma mão encontrava outra mão.


Lá vai Maria, procurar João
Esconderijos de infância, tolos e previsíveis
Como atitudes adultas, justificáveis ou incabíveis

Se esconder para ser encontrado
Contar um, dois, três... Até um milhão!
Até um dia
Até, João!

Um dia brincar, outro não!



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