O poeta desce pela escada
Senta-se diante da janela
Lá fora a lua
A torre
E as montanhas
A desenhar no céu
Intransponíveis limites
Cai a noite
Escondendo a torre
Destacando a lua
Que do céu muda de cor
As linhas montanhosas
Que continuam a nos limitar
A torre parece tocar o céu
Daqui sei que envia sinais
Para muito além das montanhas
Agora as luzes amarelas colorem a paisagem
Que se completa com as motos e seus faróis
Carros rua acima, montanha abaixo
As casas cheias com acender e apagar de luzes
O rio agora como um fio
Iluminado pela lua cheia e tão alta
Segue lentamente o pouco que lhe resta do leito
E nem faz mais barulho
Este som é das primeiras cigarras da primavera
Sapos, grilos, talvez conversem com ela
Eu apenas me deixo envolver no vento fresco
Que sentada na escada
Recebo de presente pela janela.
Rio Vermelho, 26 de setembro de 2015
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