segunda-feira, 29 de novembro de 2021

MEDOS

 

 

 

MEDOS

 

Eu tenho medo do teatro obrigatório

Da arte regular

Uniforme.

Do ofício que não bebe sangue

Nem esmaga a alma.

Eu tenho medo do palco sem estrelas

Das almas sem luz

Das máscaras sem olhos

Dos corações sem sonhos.

Eu tenho medo

Do pouso da gaivota

Do silêncio da poesia

Dos livros fechados

Do diploma da parede.

Eu tenho medo do mar no cartaz de verão

Da sua calma e do seu silêncio.

Porque nasci entre raios

Embalei-me em vendavais

Meu coração é de rochas e marés

E tenho asas.

Tenho olhos que se perdem no horizonte

E desejos que não se pode traduzir em palavras.

 

 

 

A explosão do princípio

Era melodia e arte

Era o sonho de Deus

Era você

Era eu.

Éramos todos nós

Já criados no céu e para o céu...

Então  encenamos a vida em drama

Esculpimos os amor na lama

Adão e Eva

O Édem, do inferno ao sétimo céu.

E quando perdemos o juízo

Caímos do paraíso

Palco escuro

Purgatório!

Eu tenho medo

Da ignorância

E do teatro obrigatório.

 

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