SINFONIA
Eu proponho que dances comigo
Até que o seu coração se ilumine e dilacere.
Venha!
Dê os primeiros passos
Em direção à estranha e ousada mulher que te
incomoda.
Venha!
Deixe seu corpo colar ao meu,
Envolva-me com mais temor que alegria.
Envolva-me e feche os olhos.
Dance lentamente e minha voz substituirá a
música
Em retribuição a todo silêncio quebrado para
me socorrer
Quando as sombras da solidão me rondavam.
Ouça nas minhas palavras o eco de suas
próprias canções.
Canções que me embalaram a vida!
Deixe-me dizer o que elas não dizem.
Abraçá-lo agora como durante todo o tempo
desejei fazer.
Porque mesmo inconsciente seus braços já me
envolvem
Seu corpo está extasiado.
Posso sentir o suor frio no seu rosto.
Deixe-me tocá-lo
Tão lentamente quanto andei cada milha em sua
direção.
Dê-me um pouco mais do ritmo do seu corpo
Não se preocupe, treinei durante anos para
não errar o passo.
É uma dança irônica, eu sei!
Em que meu corpo magro domina sua fortaleza.
Isso até soaria como um bom refrão!
São muitos os corpos que dançam aqui:
O garoto de treze anos dança ninando-me bebê
Acomodo-me perfeitamente em seus braços,
E o rapaz bonito grita para a garota perdida
na multidão
Aqui está o homem maduro refletindo o eu
tirou de mim.
Um belo casal dançando no centro da sala
Enquanto os filhos descem as escadas e
brincam no jardim.
Você e eu, enfim!
Dois desconhecidos cujos corações acelerados
se surpreendem
Com sua própria história.
Dancemos em silencio porque nem tudo poderá
ser dito aqui.
Dancemos a dança do amor
Que libertará das vestes nossos corpos já em
perfeito sincronismo.
Assim sonhamos e provamos
O que nem o riso, nem as lágrimas ousaram
definir.
Dancemos a dança louca dos que perderam o
rumo,
Dos que pularam no abismo,
Dos que se embriagaram
Dos que ousaram compor a sinfonia sem número
Que só se ouve uma única vez.
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