domingo, 28 de novembro de 2021

RELICÁRIO

 RELICÁRIO


A paz brilhava na tarde

Quando o sol tocava o mar

E o amor viria das estrelas

Numa noite de luar.


Como o encanto das sereias

Como pérolas a se formar

Do pequeno grão de areia

Na ostra a se abrigar


Mistérios de amor profundo

Faz-nor rir para não chorar


Sangue e fogo na Aldeia

Quando o navio chegou

Almas em ascensão involuntária

Impacto, medo e dor

Chuva pra lavar a alma

Choro, trovão, temor.


Eu fugindo em direção às pedras

Precipício, mar profundo...

Ainda mais profundo

Mais pro fundo meu corpo levou

Sem sereias nem tesouros

E ainda sem amor


Covardia da maré

Devolver-me à escuridão

Sem nem um delírio sequer

Para iluminar meu coração


Coração bateu reacendendo as veias

Aquecendo meu corpo na areia

E era ouro a escorrer nos seus cabelos

O mar a repousar nos seus olhos

Que vieram pra voltar

Antes de o vento rugir

De o navio afundar


Pirata

Navegara os sete mares 

Em busca de aventura

E eu pedindo aos quatro ventos

O amor das sete luas.


O amor eterno da minha vida vazia

A lembrança plantada

A semente vadia

Sua joia, meu tesouro,

Seu prazer, minha alegria; 

Seu corpo, o meu mapa,

Seus lábios, minha fantasia;


De um amor que é eterno

Antes que nasça a luz do dia

Sem palavras, nossos lábios

Um RELICÁRIO

Minha fantasia!

 



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