RELICÁRIO
A paz brilhava na tarde
Quando o sol tocava o mar
E o amor viria das estrelas
Numa noite de luar.
Como o encanto das sereias
Como pérolas a se formar
Do pequeno grão de areia
Na ostra a se abrigar
Mistérios de amor profundo
Faz-nor rir para não chorar
Sangue e fogo na Aldeia
Quando o navio chegou
Almas em ascensão involuntária
Impacto, medo e dor
Chuva pra lavar a alma
Choro, trovão, temor.
Eu fugindo em direção às pedras
Precipício, mar profundo...
Ainda mais profundo
Mais pro fundo meu corpo levou
Sem sereias nem tesouros
E ainda sem amor
Covardia da maré
Devolver-me à escuridão
Sem nem um delírio sequer
Para iluminar meu coração
Coração bateu reacendendo as veias
Aquecendo meu corpo na areia
E era ouro a escorrer nos seus cabelos
O mar a repousar nos seus olhos
Que vieram pra voltar
Antes de o vento rugir
De o navio afundar
Pirata
Navegara os sete mares
Em busca de aventura
E eu pedindo aos quatro ventos
O amor das sete luas.
O amor eterno da minha vida vazia
A lembrança plantada
A semente vadia
Sua joia, meu tesouro,
Seu prazer, minha alegria;
Seu corpo, o meu mapa,
Seus lábios, minha fantasia;
De um amor que é eterno
Antes que nasça a luz do dia
Sem palavras, nossos lábios
Um RELICÁRIO
Minha fantasia!
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