NATURAL
Para limitar minha loucura
Foi-me imposto o tempo
Carrasco mortal
E ao tic-tac do seu marcador
Submetido meu ritmo cardíaco
Lírico e sobrenatural
Ah! Sobreviver!
Complexa disritmia
Dolorosa insanidade
Porque o sol e a lua estão afastados
E respiro, do eclipse, a raridade
Espero passiva pelo guardião noturno
Que me sopra
Como um castigo
O gás do sono
Estão contados os tics e os tacs
Até que passe o efeito deste abandono
E quando ele não vem
Sofro ainda,
Pois é a insônia castigo também
Dor tardia
Quando o carrasco estala em mim
Chibatadas sem fim
Por perder a hora marcada
A escravidão programada
O que exigem de mim
E a chibata diz:
- Incompetente!
- Infeliz!
Quisera eu dançar
Antes de morrer
A dança das horas
Sem errar
Entender
Por que vem no preciso minuto do silêncio
Minha vontade de gritar?
Aceitar
Que o amor me vem
Como muitas águas
Revoltas e turbulentas
E me arrebata
E me arrebenta
E me arremessa além!
E nessa hora eu odeio o tempo
Louco sentimento
Estúpido e terno
Que reduz a apenas um momento
O que deveria ser eterno.
30-06-2008 23h40min
Nenhum comentário:
Postar um comentário