São Paulo, dezembro de 1998.
Zé Maurício
É
morrendo de saudade que te escrevo agora.
A
história de que homem não chora, é apenas mais uma mentira cultivada na roça.
Choro
de saudade quando volto do trabalho. Quando olho tantos barracos e não conheço
ninguém. Não tem prosa pra esperar a noite, não tem venda pra sentar na porta e
ouvir moda de viola.
O
trabalho é duro, Zé. O ônibus vai sempre cheio de gente que reclama. E abre
suas portas em frente à fabrica despejando gente que trabalha.
Enquanto
aí se mistura gente e bicho, aqui se confunde gente e máquina. Máquina que
passa direto por outra máquina, e até passa por cima quando é preciso.
A
vida é dura, Zé!
Mas
a gente luta, a gente sonha e a gente pensa. Também a gente tem saudade e
chora. Como agora.
Ass: José Francisco Coutinho
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